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Os Momentos com Ana

Os Momentos com Ana

Paio-Pires


Mudanças, alterações, novidades, novos amigos, nova escola, novos colegas.
Habituada a mudanças, a novidades, à transformação, à adaptação, a novas vivências.

Atividades extra para ocupação dos poucos tempos livres: Associação Filarmónica (tocava Fliscorne); Atletismo; Danças; Coro de Igreja; Tocar guitarra; Bailes, Matinés; Feiras anuais, Carrinhos de choque; Churros; Quermesse, Rifas, Procissão de Sto. António.

Filmes: "Fernão Capelo Gaivota"; indianos.
Idas a Lisboa, todas as semanas para ver  filmes, almoçar e lanchar.
Transtejo - Barco; elétrico; Martim Moniz, Rossio, Terreiro de Paço, Rua Augusta, Elevador, Santa Apolónia, Chiado.

Nestes dias encontrava-me na Margem Certa!!!

Depressa fui crescendo, primeiro amor, primeiro desamor, emancipação, carta de condução, primeiro emprego de férias, primeiro contacto com a vida.

Paragem nos estudos a fim de optar por novas vidas, nova viragem, novas mudanças, nova viagem. 
Despedidas, desejos infundados, lágrimas, despedidas difíceis. Nova aventura, novos desejos, novas perspetivas, novos horizontes, novos objetivos, muitos desejos, muitas ambições, poucas certezas, nenhuma sabedoria.
Enfim ...

Rumo ao Sul.
Novamente Algarve.



Margem Sul


 Não tenho recordações da viagem.

Era bastante nova e fui separada dos meus amigos de infância.
Novo rumo, novos colegas, outras vivências, outras culturas, outras realidades.
Uma escola maior, mais turmas, mais alunos, outra realidade de convivências, outras experiências, novidades. Ciclo experimental.

Chuva, humidade, frio.

Para ajudar os pais no negócio deles ia com eles à Praça da Ribeira e à Praça de Almada (revenda). 
Levantar cedo, 3/4 h da manhã. Noite escura, cerrada, frio imenso. Cheiro a verduras, peixe, carne, fruta, flores.
Quando terminávamos as compras seguia-se o momento áureo da noite: ir comer ao café da Ribeira, chocolate quente e um queque ou torrada. estava tudo  muito quentinho, era uma sensação de bem-estar e de satisfação, tudo era esquecido até então.

Cheiros de café, chocolate, tabaco, torrada, enfim o Café da Ribeira de há 40 anos atrás.

Regresso ao estabelecimento de negócio, eram horas de ir para a escola. Autocarro até à Amora. por lá permanecia o dia quase todo e por vezes regressava a casa já de noite.

Em casa, sensação de conforto, carinho, mimos da minha cadelinha Pavone  que morreu com 12 anos na estrada mesmo ao pé de casa.
Aconchego dos pais e miminhos bons, deitar cedo para no outro dia voltar às compras nas praças de revenda. Não era obrigada a fazer nada disto, era apenas o meu sentido de ajuda para com aqueles que tanto me amavam e apoiavam. 

Volvidos 2 anos houve mudança de terra de negócio, de casa, de vida.  Paio-Pires


2016-11-04